Penúltima fronteira humana no espaço
Um cilindro de mil anos-luz de raio e mil anos-luz de altura a partir do Sol, obedecendo ao plano da eclíptica da Via Láctea, a Zona 3 de Expansão Humana é de difícil administração e controle. Embora ainda receba os principais incentivos para colonização, os mundos da Zona 3 possuem, em sua maioria, um relacionamento de desconfiança em relação aos centros administrativos e às forças políticas da Zona 1.
Os contatos com espécies alienígenas na Zona 3 também são mais complicados, tensos e propensos a atritos, do que na já consolidada Zona 2. O antecipado intercâmbio produtivo com outras civilizações — um dos principais motivadores dessa Expansão — deixa a desejar e os colonos se sentem mais desamparados em relação a possíveis conflitos.
Com baixa densidade demográfica humana e baixo desenvolvimento, e exposta dessa maneira, a Zona 3 transmite aquela imagem de sertão e de fronteira selvagem que atrai aventureiros e aproveitadores, com uma adesão não muito grande aos ditames dos centros administrativos.
Por tudo isso, as notícias vindas da Esfera, a respeito das primeiras vitórias contra os tadais (percebidos como uma ameaça junto às colônias estabelecidas no vetor de expansão voltado para o núcleo da galáxia), foram recebidas com muito mais interesse na Zona 3 do que nas Zonas 1 e 2.
Por outro lado, a transformação da Esfera na Zona 4 de Expansão Humana, após a Retração Tadai, é percebida por muitos como sendo uma séria ameaça ao progresso da região. Na Esfera, a interação com espécies alienígenas avançadas é muito mais produtiva, e a oferta de mundos colonizáveis é substancialmente maior. Os colonos da Zona 3 temem cair ainda mais no esquecimento.
Yukon é um planeta controlado pela Aliança Transatlântico-Pacífico. Esse mundo gelado situa-se bem na fronteira entre a Zona 3 de Expansão Humana e a famigerada “Esfera” e no seu eixo principal, a meio caminho entre o Sistema Solar e o Braço de Scutum-Crux, 9 ou 10 mil anos-luz distante da Terra. A órbita excêntrica de Yukon o leva a um extremo de 30 unidades astronômicas do seu sol, tornando-o impossível para a vida. Seiscentos Terraanos mais tarde, ele se reaproxima, chegando a 1.7 unidades astronômicas — para enfrentar hecatombes de degelo que vão erodir, ciclicamente e como o machado de um gigante furioso, a sua superfície. Em certo trecho de sua órbita, o planeta adquire uma atmosfera rarefeita, pobre em oxigênio.
O planeta Yukon aparece com destaque na aventura de Shiroma, “A Extração” (no livro Shiroma, Matadora Ciborgue, mas também publicada no Somnium N.º 112, a publicação eletrônica do Clube de Leitores de Ficção Científica).