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Shiroma é a “mulher biônica brasileira”, segundo Jorge Luiz Calife

Em nota publicada no jornal Diário do Vale, o escritor de ficção científica Jorge Luiz Calife, “Pai da FC Hard Brasileira”, chamou Shiroma de “a mulher biônica brasileira” e a comparou à espiã Brigitte Montfort, personagem imortalizada na história da ficção pulp brasileira em centenas de pinturas do artista Benício.

Titular da cobertura cultural do Diário do Vale, Jorge Luiz Calife repercutiu o lançamento de Shiroma, Matadora Ciborgue (Devir Brasil; 2016), de Roberto Causo, na divertida matéria “A Mulher Biônica Brasileira Ganha a sua Antologia” de 25 de julho de 2016.

Shiroma Matadora Ciborgue

Arte de capa: Vagner Vargas

Shiroma, Matadora Ciborgue é o mais novo livro do escritor Roberto de Sousa Causo … um dos autores mais conhecidos na nova ficção científica brasileira”, escreve Calife. “Sua especialidade são temas militares, e aventuras espaciais. Publicando pela Devir, Causo criou uma aventura de guerra espacial passada no século XXV envolvendo vários heróis brasileiros. Já comentei aqui sobre o primeiro livro da série, Glória Sombria, onde o comandante Jonas Peregrino enfrenta um ataque de robôs alienígenas nas colônias espaciais da Terra.”

O autor da Trilogia Padrões de Contato, obra clássica da FC hard brasileira, observa que, no “universo do Causo as viagens interestelares já se tornaram comuns e a humanidade colonizou vários planetas, apesar de enfrentar a oposição de um exército de robôs alienígenas. Seres humanos modificados por implantes biônicos são muito comuns neste universo. Em Glória Sombria o herói captura uma espiã de busto farto e descobre que os seios turbinados da mulher ocultam instrumentos de espionagem eletrônica. Shiroma, a assassina ciborgue, não tem esse equipamento, mas é tão cheia de componentes eletrônicos quanto a antiga mulher biônica da televisão.”

Calife também menciona a ilustração de capa, “de autoria do artista Vagner Vargas, que também fez a capa dos livros deste que vos escreve. E mostra a personagem no seu ambiente. O mundo de gravidade zero das naves espaciais e das armas de raios laser do futuro. Causo talvez não saiba, mas sua Shiroma é uma espécie de sucessora da Brigitte Montfort, uma espiã assassina que fez sucesso nos livros de bolso da Editora Monterrey, durante as décadas de 1960 e 1970. A diferença é que a Brigitte não contava com os acessórios e as armas futuristas da personagem do Roberto. Sem falar que o texto do Causo é muito melhor.”

Brigitte pertencia à CIA, a agência de espionagem americana, mas foi uma personagem criada no Brasil (que ela visitava com frequência) e representada como uma bela morena em centenas de capas pintadas pelo mestre da ilustração, Benício. As suas aventuras foram escritas, na maioria, por um escritor pulp espanhol, Antônio Vera Ramirez, que assinava “Don Carrigan”. Os livros da série ZZ7 eram estrelados por Brigitte e lançados pela Editora Monterrey, do Rio de Janeiro, entre as décadas de 1960 e 1990, com várias reedições. Também foi publicada na Espanha. Algumas das capas de Benício feitas para ela remetiam à ficção científica.

 

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