Page 27 - Universo GalAxis Anual 2019
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Quando surgiu a ideia de produzir esta revis- arte oficial de Star Wars. Com sorte, ainda vamos
ta institucional, procuramos o escritor e crítico ter recursos para, no futuro, encomendar uma
Carlos Rocha, que havia demonstrado interes- arte original de Bruno Werneck.
se pelo Universo GalAxis ao resenhar Shiroma, O editor Douglas Quinta Reis (1954–2017) me
Matadora Ciborgue para o site Selo Multiversos facultava na Devir Brasil uma certa liberdade
Editorial. Rocha nos surpreendeu, oferecendo– quanto às ilustrações de capa. Uma das coi-
se para realizar ilustrações. Não conhecíamos o sas que defini de saída quanto às dos livros do
seu lado artista digital. A primeira arte feita por Universo GalAxis, foi que nas capas da série As
ele teve um resultado tão bom, que pedimos que Lições do Matador, seu protagonista, Jonas Pe-
ele ilustrasse a história inédita de Shiroma pre- regrino, nunca seria representado (exceto no selo
sente nesta revista, “Phoenix Terra” (página 100). da série, na quarta capa). Nas capas devem apa-
O resultado desse segundo trabalho ficou ainda recer apenas o hardware (espaçonaves e insta-
melhor, e Rocha produziu uma terceira arte, que lações) e paisagens espaciais — como na tradição
ele fez questão de executar com uma complexi- britânica imposta pelas ilustrações de capa de
dade maior de elementos (páginas 32 e 33). Como Chris Foss. É claro, essa determinação pode mu-
artista, Carlos Rocha é detalhista e suas pinturas dar no futuro. Já nas capas dos livros da série
digitais expressam um fascínio pela textura que Shiroma, Matadora Ciborgue, Shiroma sempre
lembra a arte do mestre inglês Jim Burns. A textu- seria representada, como costuma ser a norma
ra complexa das cenas de Carlos valoriza a com- nas capas de livros norte–americanos de FC.
posição, cria atmosferas com iluminação muito O Universo GalAxis é um universo ficcional que
sugestiva e com isso coloca o espectador dentro se orienta por alguma verossimilhança dos seus
do espaço das cenas. conceitos científico–tecnológicos, dentro das ex-
Às vezes, para compor o nosso universo ex- trapolações frequentemente extravagantes da
pandido adquirimos imagens já prontas, produzi- ficção científica. Mas apresenta “escapadas” para
das para outros projetos. Como grande admirador momentos metafísicos envolvendo paranorma-
de Vagner Vargas, em nossa parceria no desen- lidade, precognição, espiritualidade e misticismo
volvimento do Universo GalAxis sou constante- — sempre, porém, de maneira discreta. Tais esca-
mente influenciado pela sua arte. O exemplo mais padas não significam que os aspectos científicos
evidente é a história de Shiroma “Os Fantasmas deixem de ser tratados de forma coerente.
de Lemnos”, surgida da arte que ele criou para a Com a verossimilhança em mente, os espa-
capa da antologia de Ademir Pascale, Possessão ços habitacionais devem parecer de fato habi-
Alienígena (página 23). É uma das capas de Vagner tados, sejam eles no espaço (bases e estações
que tenho como favoritas, e agora a ilustração espaciais) ou em terra (planetas ou asteroides),
também está em GalAxis: Conflito e Intriga no Sé- buscando mais funcionalidade do que estiliza-
culo 25, na seção sobre alienígenas. Outro exem- ções. As naves espaciais devem portanto parecer
plo distinto é a arte digital de Bruno Werneck funcionais, operáveis por uma tripulação humana.
que foi incorporada à contracapa de Mestre das As naves militares muitas vezes possuem linhas
Marés, para representar a Estação de Pesquisa retas e agressivas, antenas e armamento eviden-
Roger Penrose, que figura no romance. Werneck é tes, e estruturas obrigatórias na popa, em forma
talvez o artista digital brasileiro mais requisitado de aletas ou “lemes” (pseudolemes, na verdade),
internacionalmente para projetos de pré–produ- existentes para a projeção de campos defensi-
ção nas áreas de cinema, videogame e animação, vos de padrão militar. Naves civis não precisam
tendo feito essa arte para um projeto de game apresentar essas estruturas, embora algumas
que não foi produzido. Sua experiência profis- as tenham de maneira disfarçada. As naves ci-
sional inclui desenhos de produção de filmes ar- vis também estão livres para buscar formas mais
rasa–quarteirão (inclusive do universo Marvel) e fluidas e estilizadas, ainda que mantendo a ten-
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