17 "Perry Rhodan"

Edgar Smaniotto Divulga Resenha de “Glória Sombria”

O Prof. Edgar Smaniotto, da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista, disponibilizou no seu site pessoal resenha de Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador, de Roberto Causo, antes publicada na revista Perry Rhodan Volume 23, em abril de 2016.

 

Smaniotto abre a resenha tratando do autor: “Roberto de Sousa Causo é um prolífico escritor e crítico literário de literatura especulativa, tem obras (livros, contos, noveletas) escritas em diversos subgêneros, que vão da fantasia heroica à ficção científica hard. Causo investe também em dois subgêneros que são pouco afeitos aos escritores brasileiros, a ficção ufológica e a ficção de guerra futura. Por ter grande interesse tanto em ufologia quanto em estudos sobre guerra, sempre fui um leitor atento à obra de Roberto Causo.”

Arte de capa de Vagner Vargas.

Em Glória Sombria (Devir Brasil, 2013), o primeiro romance da série As Lições do Matador, Smaniotto identifica: “batalhas espaciais ao estilo próprio da space opera; explicações científicas para a tecnologia e descrição do cenário espacial com bastante rigor técnico e científico, típicos da literatura hard; e uma preocupação com a descrição de armamentos e táticas de batalhas, que geralmente encontramos em romances de guerra futura. Uma composição mais ou menos equilibrada de aventura, ciência e militaria capaz de contentar até o leitor mais exigente.”

Dirigindo-se aos leitores da revista Perry Rhodan, Smaniotto observa que “Causo criou um universo ficcional de expansão da espécie humana e contato com entidades alienígenas que podem lembrar ao fã de Perry Rhodan os primeiros ciclos da série …” E ainda, que a “leitura de Glória Sombria certamente não desapontará o leitor de Perry Rhodan ou leitores acostumados com ficção científica hard e militar em geral. Um dos pontos fortes do livro, inclusive, é a preocupação do autor com os dados técnicos de armamentos, naves espaciais e hierarquia militar, um estilo de contar uma boa historia que eu realmente aprecio nos textos de Causo.”

 

A resenha foi disponibilizada no site de Edgar Smaniotto em 21 de outubro de 2017. O texto completo da resenha você encontra aqui.

 

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Leituras de Maio de 2017

A ficção científica em prosa e em quadrinhos dominou as minhas leituras de maio, mas com espaço também para a não ficção e mais arte de FC.

 

Arte de capa de Stephan Martiniere.

The New Space Opera, de Gardner Dozois & Jonathan Strahan, eds. Nova York: Eos, 1.ª edição, 2007, 518 páginas. Capa de Stephan Martiniere. Trade paperback. A new space opera foi uma variação da “velha space opera” que andou se agitando desde a década de 1980 mas se tornou uma das forças na ficção científica anglo-americana na década seguinte e no começo desde século 21. É pós-cyberpunk na textura, nos protagonistas jovens, no apelo às inteligências artificiais e à “singularidade tecnológica”, é menos exótica e mais científica. Além disso, assumiu alguma discussão política de esquerda, e não apenas libertariana (como de hábito na space opera militar em voga nos EUA). Os editores desta antologia afirmam, porém: “não estávamos especialmente preocupados em obter histórias que confirmassem esta ou aquela definição.” Estão lá, porém, vários autores identificados com a modalidade “new“: Peter F. Hamilton, Ken Macleod, Alastair Reynolds, Stephen Baxter e Dan Simmons. Também vale notar a ausência de autores que há décadas ganhavam a vida com space opera militar ou do tipo mais exótico…

A capa do artista digital francês Stephan Martiniere, um dos principais “intérpretes” visuais da new space opera, plasma o subgênero mais do que muitas das histórias da antologia. E quanto às histórias… Fiquei anos empacado na noveleta de Kage Baker, ambientada em Marte e tratando da montagem de uma peça de teatro. Uma comédia arrastada e sem graça. Outras histórias se focam demais em contar e não mostrar — como as de Tony Daniel, Stephen Baxter e Paul J. McAuley. A noveleta de Robert Silverberg é muito charmosa e exótica mas torna o contar o seu elemento central, já que apresenta uma espécie de Xerazade visitando a corte do imperador da galáxia. Outras histórias carecem do tipo de mobilidade que caracteriza a space opera, focando-se em episódios de xenoarqueologia — como as de Greg Egan e Nancy Kress. Além disso, há histórias que se focam mais na dicção pós-cyberpunk da new space opera, como a de Ian McDonald; ou que buscam subverter as expectativas do que é a aventura na space opera, como a de Walter Jon Williams, que substitui a aventura em que se corre perigo de vida e se visita lugares exóticos, pela aventura de casos sexuais e maridos traídos, naquilo que é basicamente uma história de beatniks no espaço… Minhas histórias favoritas da antologia são as de Gwineth Jones, Alastair Reynolds e, principalmente, Dan Simmons. A emocionante história da inglesa Jones apresenta uma heroína inglesa e um sidekick equatoriano chamado Pelé, e nos lemba da persistência da exploração e do abuso do outro. A de Reynolds fala de um super-operativo que interrompe sua missão para, junto com a sua nave-faz tudo, auxiliar uma civilização low-tech a sobreviver a uma explosão solar. Para isso ele fornece tecnologia e observa, ao longo de algumas gerações (despertado de períodos de hibernação), a formação de uma sociedade arregimentada que vence inimigos locais e movimenta a força de trabalho necessária à construção das naves de evacuação. Quando a coisa descamba para um regime totalitário interessado só na própria perpetuação, ele intervém uma última vez. Uma história que lembra que a luta contra a tirania também é eterna. Finalmente, a novela de Simmons leva o leitor a uma montanha russa de imagens cada vez mais épica, enquanto uma trupe shakespeareana é convocada para se apresentar diante da hierarquia de alienígenas que escraviza a humanidade. É um teste, que tem a extinção da humanidade como resultado possível. Apenas Shakespeare poderá nos salvar. A premissa é absurda e eurocêntrica, nunca realmente fundamentada, e a história explicita mais uma vez a incapacidade da maioria dos autores selecionados, de celebrar a space opera sem recorrer a algum truque ou perspectiva que os coloque a salvo das características mais aventurescas do subgênero. A diferença está em que Simmons não se desobriga de maravilhar o leitor, enquanto a maioria dos outros abre mão disso.

 

Arte de capa de Stephan Martiniere.

Hunter’s Run, de George R. R. Martin, Gardner Dozois & Daniel Abraham. Nova York: Eos, 2009 [2008], 288 páginas. Capa de Stephan Martiniere. PaperbackLançado no Brasil pela LeYa em 2017 como Caçador em Fuga — com a mesma arte do extraordinário artista digital francês Stephan Martiniere —, este é um romance com três autores que demorou três décadas para ser completado. Um ponto de interesse para o leitor brasileiro está no fato de ele ser ambientado no planeta São Paulo, colonizado por brasileiros e mexicanos.

É ambientado num futuro em que os humanos são clientes de uma espécie alienígena que lhes franqueou o acesso a outros mundos. E em uma colônia planetária chamada São Paulo, povoada por mexicanos e brasileiros — que são chamados pelos mexicanos de “portugas”. É a mesma coisa de uma colônia (chamada, digamos, San Francisco) fundada por canadenses do Quebec e por americanos — que são chamados pelos canadenses de “britânicos”. Dãã… Começa dando a impressão de que vai ser uma aventura meio pedestre e comum. O personagem é um mexicano arruaceiro, pinguço e entregue aos seus impulsos. Essa caracterização deve algo aos chicanos de John Steinbeck em Tortilla Flat (1935). Ele mata um homem e foge para as montanhas, onde já havia trabalhado como garimpeiro. Mas aí tropeça em uma colônia de alienígenas, parte de uma segunda espécie perseguida pela primeira, e é forçado a trabalhar para eles. Um alien passa a companhá-lo, e o livro vira um tipo de buddy movie, tipo Inimigo Meu (1985). Se a colônia for descoberta, a outra raça alienígena vai exterminá-la até o último E.T. Com isso, o herói assume um dilema moral, ganha profundidade e interesse, e o romance agora tempera muito bem a aventura com análise psicológica. Em mais uma guinada, a aventura passa a acompanhar uma balsa que desce um rio — num eco quase explícito a Huckeberry Finn (1884), de Mark Twain. O terço final assume as feições de ficção de crime, também eficiente. Uma dica do seu sentido está no sobre nome do protagonista Ramón Espejo. Mas há exotismo suficiente na paisagem e no ecossistema do planeta para definir Hunter’s Run como um planetary romance. Fecha o livro um posfácio e uma entrevista com os três autores, contando a história deste livro que levou trinta anos para ser escrito, a partir de um rascunho escrito por Dozois em 1977. Um romance que surpreende e que oferece metáforas interessantes para a condição humana. Recomendo a leitura desse livro que inverte expectativas.

 

Arte de capa de Tim White.

The Science Fiction and Fantasy World of Tim White, de Tim White. Londres: Paper Tiger, 2000 [1981], 144 páginas. Capa de Tim White. Trade paperback. Esta é mais uma preciosidade da Paper Tiger encontrada nas prateleiras da loja Terramédia, em São Paulo. É reedição de um livro original de 1981, reunindo material da primeira década da carreira do prolífico artista britânico Tim White. Hiperdetalhista, extraindo efeitos fotográficos do guache no aerógrafo, ele tem um lugar especial na “Revolução Britânica” na arte de FC, capitaneada por Chris Foss, e faturou o prêmio da British Science Fiction Organization de Melhor Artista em 1983. Começou em 1971 com capa para um livro de Arthur C. Clarke, mas acabou fazendo muita coisa para livros de Robert A. Heinlein, Robert Silverberg, Brian W. Aldiss e Alan Dean Foster. “Revolt in 2100” é minha favorita dentre os capas de Heinlein, apresentando uma gigantesca nave de desembarque de tropas. Suas ilustrações dominadas por espaçonaves — como “Jewel of Jarhen”, “Expedition to Earth”,  “The Tar-Aiym Krang” e “The Past Through Tomorrow” — lembram Foss e Peter Elson, mas com um caráter próprio. Outras, mais sólidas e com mais rendering, lembram o também britânico Chris Moore. Nessa tendência, a ufológica “Those Who Watch” é uma favorita, assim como “Through a Glass, Clearly”, que apareceu na revista OMNI e na edição brasileira de O Cair da Noite, de Isaac Asimov, pela Hemus. A qualidade cristalina e atmosférica da sua arte aparece com mais força quando ele aborda a fantasia científica, em artes mais demoradas e detalhadas: “Lord of the Spiders”, “Alien City” e “City of the Beast” (principalmente) são joias de exotismo. Seus ecossistemas às vezes parecem dominados por uma vegetação composta de plantas suculentas, como nas maravilhosas árvores da luminosa “Critical Threshold”, que tem algo de FC hard e pode ter influenciado a arte posterior do americano Michael Whelan. Poemas de Kenneth V. Bailey acompanham algumas das ilustrações, reforçando a sua qualidade poética e atmosférica. A ousada imagem que aparece na capa do livro, também está na capa da única edição da Perry Rhodan-Magazin que eu tenho aqui.

Outro dia, endoidei quando vi na net a arte de Dan Goozee para o pôster “Battle of the Galaxies”, de um conjunto produzida pela Paper Tiger e comercializada pela Captain Company de Nova York e que apareciam em anúncios na revista Famous Monsters of Filmland. Um sonho de consumo da minha adolescência. Encontrei neste site um saudosista tão grande quanto eu, desse material: Going Faster. Vários desses posters foram feitos por White e também estão no livro: “Stopwatch”, “Brainwave” e o deslumbrante “Earth Enslaved”.

 

A Última Árvore, de Luiz Bras (Nelson de Oliveira). São Paulo: Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, 2017, 110 páginas. Livro de bolso. Mês passado, falei aqui da novela tupinipunk Não Chore, de Luiz Bras. Eu disse então que, como contista, Bras tem no seu Paraíso Líquido (2010) uma das mais coletâneas mais experimentais e ousadas, desde fins da década de 1980. A Última Árvore, com oito contos de ficção científica e fabulation absurdista, é uma boa introdução à ficção curta do autor. Seis histórias vieram de Paraíso Líquido, lançado originalmente pela pequena Terracota Editorial e já difícil de adquirir. As outras duas vieram do Projeto Portal de revistas editadas de pequena tiragem por Nelson de Oliveira, e da revista eletrônica Trasgo, de Rodrigo van Kampen.

Os oitos contos oferecem especulações pós-cyberpunk em que a loucura, a paranoia, a violência, a qualidade frágil do real e o relacionamento autor-personagem-leitor se alternam e se reforçam. Esse aspecto metaficcional está presente em quase todos os textos. Se eu tivesse que escolher um destaque — subordinado ao meu gosto pessoal, é claro —, seria “Aço Contra Osso”, narrativa movimentada que realiza muito a partir da lógica do videogame e sua estrutura em estágios. Mas “Nuvem de Cães-Cavalos” tem o melhor equilíbrio entre uma prosa elegante e lírica, e o assunto estranho e perturbador. A coletânea tem o apoio do ProAC e faz parte de uma fornada de 24 livros de proporções semelhantes. Todos — inclusive A Última Árvore — livres para download gratuito em PDF, no site Livros Fantasma. O catálogo inclui não apenas ficção, mas poesia, ensaio, arte e fotografia, e o site tem a seguinte carta de intenções: “Nestes tempos de informação digitalizada e desmaterializada, o objeto livro faz mais sentido do que nunca. Imprimir livros é perpetuar este movimento de transformar a intuição em ação, o traço em desenho, a ideia em objeto. O livro é, como o fantasma, esta coisa que se recusa a abandonar o nosso mundo.”


American Fascists: The Christian Right and the War on America
, de Chris Hedges. New York: Free Press, 1st edition, January 2008 [2007], 274 páginas.
 Trade paperback. Meu amigo e colega de orientação de pós, Khalid Tailche, há alguns anos me apresentou ao trabalho do jornalista e ativista político americano Chris Hedges, a quem passei a acompanhar no site Truthdig e em várias palestras no YouTube e aparições em canais noticiosos e alternativos na internet, como Democracy Now!, RT e The Real News Network — além dos vários livros que Khalid usou na pesquisa para a sua tese, Contrapontos no Pensamento Fundamentalista: Para uma Análise Crítica (FFLCH/USP, 2012). Li American Fascists ainda em busca de nuances e verossimilhança no trato do tema do culto religioso fechado, para o meu romance Anjos do Abismo, parte das Lições do Matador. Mas o fato é que essa reportagem de Hedges tem algo a dizer sobre as mudanças no Partido Republicado dos EUA do governo de Bill Clinton até agora — e sobre a eleição de Donald Trump, e antes dele, de George W. Bush. Suas reflexões ajudam a contextualizar produtos culturais tão diversos quanto as séries de TV Newsroom e The Leftovers; a série de livros Deixados para Trás; o romance de Stephen King Revival; do clássico da FC Revolt in 2100 (1955), de Robert A. Heinlein; a FC distópica jovem adulta Skinned (2008), de Robin Wasseman; e, principalmente, a trilogia A Song Called Youth (1985, 1988, 1990) do cyberpunk John Shirley.

Hedges é filho de um padre presbiteriano, frequentou seminário e fez faculdade e pós-graduação em Teologia. Também é jornalista ganhador do Prêmio Pulitzer, e foi correspondente de guerra em vários países e regiões em conflito. Antes desta reportagem, eu já tinha lido dele I Don’t Believe in Atheists (2008) e War Is a Force that Gives Us Meaning (2002). Aqui, o assunto é a aliança perigosa entre a direita cristã evangélica e a política conservadora — e por isso, o livro também ajuda a explicar a nossa “Bancada Evangélica” e vários políticos brasileiros que se inserem nessa linha. A verdadeira preocupação de Hedges, porém, é identificar e alertar quanto a tendências fascistas desse movimento, especialmente do que ele chama de “dominionismo”. Nessa tendência, o mandato de Deus (segundo a Bíblia) para que o homem estabeleça seu domínio sobre a criação é tomado literalmente e extrapolado como o domínio dos evangélicos sobre a política americana, o meio ambiente, os infiéis e a política mundial. Seu discurso se apoia em uma “cultura do desespero”, dentro da alienação americana da classe média e das classes trabalhadoras. Ele cria um culto à masculinidade e uma retórica guerreira, estabelece uma guerra contra a verdade científica (especialmente o evolucionismo), ao mesmo tempo em que aceita e promove sua versão de darwinismo social, persegue minorias sexuais e clama por uma cruzada contra a política liberal e as religiões rivais. Para Hedges, a tolerância à liberdade religiosa não deve proteger pessoas que se pautam pela intolerância religiosa e moral. Além disso, quem acha democracia uma coisa importante, deve buscar proteger a sociedade de quem quer usar a democracia contra ela. Essa lição também vale para nós, deste lado da linha do equador. Às vezes, Hedges é modernista demais pro meu gosto — reclamando da cultura popular e assumindo posturas elitistas —, mas neste livro, é difícil dizer que ele está errado na denúncia vigorosa que faz.

 

A Origem do Japão: Mitologia da Era dos Deuses, de Nana Yoshida & Lica Hashimoto. São Paulo: Cosac Naify, Coleção Mitos do Mundo N.º 9, 2015, 96 páginas. Capa e ilustrações internas de Carlo Giovani. Capa semirrígida. Pedro Santos, um dos editores e redatores do Desire® Universe, me passou este livro como subsídio para o romance “Archin”, no qual estou trabalhando com ele e com o editor-chefe, Daniel Abrahão. Faz parte uma coleção da Cosac Naify, coordenada por Betty Mindlin, voltada para os mitos do mundo. As duas autoras nipo-brasileiras fizeram um bom trabalho ordenando e narrando os mitos fundadores do Japão. Como costuma ser, os mitos criadores expressam coisas muito caras ao povo, como as questões de limpeza e dejetos corporais. Já o deus dos mares é visto como turbulento, mal-educado e inconstante — adequado a um povo tantas vezes atingido por tormentas e tsunamis. Os mitos se centram no surgimento dos deuses criadores de deuses, da hierarquia e dos conflitos entre eles, chegando ao momento em que é criado o arquipélago japonês e o povo de origem divina instalado nele. Tais mitos de origem se associam fortemente à casa imperial japonesa, e Yoshida & Hashimoto mencionam as relíquia da Era dos Deuses que ainda são guardadas pela família imperial, que tem caráter divino junto aos seus súditos. Interessante que o povo japonês perdeu a chance de ser super-humano de fato, porque o deus criador do arquipélago perdeu a chance de aceitar uma deusa feia junto com a deusa bela, a Deusa-das-Flores, que desposou — a deusa feia era justamente a Deusa-das-Rochas, mais duradouras e resistentes do que flores… Por isso, o povo do arquipélago têm vidas efêmeras como as de todos nós.

As ilustrações de Carlo Giovani são muito criativas — feitas com madeira, papel e bonecos de pano, lembrando a prática japonesa do origami e de outras artes manuais. Mas as fotos feitas das cenas montadas com esses recursos trazem uma certa monotonia ao livro. E o lúdico dessas soluções de artes manuais, substituindo a possibilidade de ilustrações detalhadas e sugestivas, acaba minando aquele componente tão importante dos mitos: a sugestão de uma verdade sólida, por trás do racionalismo.

 

Arte de capa de Maria Eugenia.

Sarah Vaughn, de Carlos Calado. São Paulo: Folha de S. Paulo, Coleção Folha Lendas do Jazz #1, 2017, 44 páginas. Capa de Maria Eugenia. Capa dura. Eu sei que ninguém perguntou, mas meu gosto musical dá preferência ao heavy metal e ao hard-rock. Não quer dizer que eu não me interesse por outros gêneros e estilos musicais (de vez em quando). Depois de ver um documentário sobre Sarah Vaughn na TV, resolvi dar mais atenção ao jazz — que é certamente o gênero musical mais citado na “literatura séria”. E esta coleção rediviva ou relançada pela Folha estava com um bom preço de lançamento.

O livrinho é pouco mais do que uma embalagem para o CD de canções de Vaughn, com um apanhado de sua carreira. Mas o texto do especialista Carlos Calado não deixa de ser informativo, incluindo esboço biográfico e avaliação crítica dessa que foi, pra muita gente, uma das três grandes, junto com Billie Holiday e Ella Fitzgerald. Vaughn foi a única das três, é claro, que vi cantar pela TV enquanto ela ainda estava viva (morreu em 1990). Ao contrário do documentário, o livro cita a aproximação da cantora com a música brasileira, presente nos seus últimos lançamentos. O CD inclui bebop, pelo qual ela foi mais conhecida, mas também bons exemplos da canção americana (conhecida como “standard“).

 

Quadrinhos

Arte de capa de Richard Corben.

Jeremy Brood, de Richard Corben & Jan Strnad. Kansas City, MO: Fantagor Press, 1989 [1982], 64 páginas. Capa de Richard Corben. Álbum. Corben é um grande nome do quadrinho underground americano. Curiosamente, a sua primeira aparição no Brasil deve ter sido como artista de capa do Magazine de Ficção Científica N.º 20 (de 1971, a última edição da revista). Eu o conheço pela saudosa Kripta e pela Heavy Metal da década de 1980. Este Jeremy Blood eu encontrei na Terramédia. A edição não diz quem fez o quê, considerando-se que se trata de uma colaboração. A editora Fantagor pertenceu ao próprio Corben, até 1994. O nível de arte-final não parece ser o melhor de Corben, mas a arte colorida tem todas as suas marcas: homens cabeçudos e musculosos, mulheres extremamente peitudas, homúnculos, lutas dinâmicas e confusas, e efeitos 3D feitos na raça. Pode-se dizer que Corben atualiza com toques mais explícitos uma sexualidade presente de modo abafado na FC, horror e fantasia.

Jeremy Brood é o herói desta ficção científica de aventura, em que ele e sua companheira afro-americana Char fazem uma pausa na transa que têm em uma nave espacial para atender a um chamado urgente. Precisam ir a um planeta com uma civilização de cores medievais, mas como viajam próximos à velocidade da luz, para eles são poucas semanas enquanto lá se passam duzentos anos. Isso dá tempo para que uma sociedade secreta mantida por agentes da organização galáctica à qual Brood e Char pertencem preparem a chegada dele. A estratégia é torná-lo centro de um culto religioso. Quando o rapaz chega ao planeta, cai no meio de um ritual de sexo (outra marca de Corben?), que ele realiza na ponta da faca. A HQ é sintética e dinâmica e uma aventura movimentada — com turbas ensandecidas, salteadores do deserto e ataques de monstros alados — que caminha para a frente com segurança e energia. O destaque deve ser o inesperado e incomum destino final do herói.

 

Arte de capa de Terry & Rachel Dodson.

Coleção Definitiva do Homem-Aranha 1: Caído entre os Mortos, de Mike Millar (roteiro), Terry Dodson e Frank Cho (desenhos), Rachel Dodson e Frank Cho (arte-final). São Paulo: Panini Comics/Salvat, 2017, . Capa de Terry & Rachel Dodson. Capa dura. O preço de lançamento desta coleção estava atraente o bastante para que eu me aventurasse a ler mais um roteiro de Mike Millar. Também gosto bastante  de Terry Dodson e de Frank Cho (apesar de todas as suas mulheres terem a cara e o corpo de Olivia Dudley, só muda a cor do cabelo). São artistas que costumam dar um ar moderno e relaxado às suas HQs de super-heróis. O Homem-Aranha sempre foi um dos meus heróis favoritos, desde a infância. Deixei de acompanhar quando o alien Venom entrou em cena. Modernamente, dei uma olhada numa coisa e outra, e gostei mais da sequência escrita por J. Michael Straczynski (criador da série Babylon 5).

O escocês Millar parece onipresente hoje em dia. Suas características de iconoclastia, ironia e violência costumam agradar a audiência moderna dos quadrinhos. Mas no meu caso, tendem a cansar muito rápido. Caído entre os Mortos parece pegar onde Straczynski largou — os números 30-35 e 37-45 da revista The Amazing Spider-Man. Que eu li nos volumes O Espetacular Homem-Aranha: De Volta ao Lar e O Espetacular Homem-Aranha: Revelações & Até que as Estrelas Esfriem, da Coleção Oficial de Graphic Novels Marvel. Neles, Peter Parker é um professor de ensino médio numa escola pública em Nova York, mas passa a ser caçado por um vampiro especializado em super-heróis e, moído de pancada, tem sua identidade de herói descoberta pela Tia May. Mais tarde, vai a Hollywood atrás de Mary Jane e volta a enfrentar o Dr. Octopus. Eu gostei, apesar de não ter muito afeto pelo traço de John Romita, Jr. Em Caído entre os Mortos, a Tia May é sequestrada e o Aranha parece uma barata tonta tentando encontrá-la. Millar talvez tenha tentado superar as situações de Straczynski, e Parker passa tanto tempo deformado pelas surras, que não só as pessoas próximas dele não o reconhecem, como o leitor também não. Os conflitos não têm um arco narrativo muito interessante — mostra o herói encontrando seus superinimigos um atrás do outro, repete recursos (um monte de gente morrendo de câncer justificando a maldade dos supervilões) e, pior, faz o Aranha bater ponto em um clube de super-herói atrás do outro, pedindo ajuda: os Vingadores e a escola de mutantes do Prof. Xavier… Com tanta correria, aquele calor humano esperado da arte de Dodson e Cho (que cuida apenas de um trechinho da história) e o envolvimento do herói com seus entes queridos e com a cidade fica meio perdido — assim como Tia May.

 

Arte de capa de Danilo Beyruth.

Astronauta: Magnetar, de Danilo Beyruth. São Paulo: Panini Brasil/Mauricio de Sousa Editora, 2012, 82 páginas. Capa de Danilo Beyruth. Álbum. M. Elizabeth “Libby” Ginway, a maior especialista em ficção científica brasileira que temos hoje, resolveu voltar a estudar os quadrinhos brasileiros. Comprei este álbum para ela, mas Libby vai me desculpar e à Finisia Fideli, se nós o lermos antes. Libby é autora de Ficção Científica Brasileira: Mitos Culturais e Nacionalidade no País do Futuro, e de Visão Alienígena: Ensaios sobre Ficção Científica Brasileira.

A aventura narrada por Danilo Beyruth faz parte do projeto de graphic novels de Mauricio de Sousa, de releituras dos seus personagens. Durante anos Mauricio foi cobrado pela comunidade de quadrinistas para que fizesse mais pelos quadrinhos nacionais. Nesse projeto, ele encontra um caminho do meio, dando trabalho a artistas talentosos que não se subordinam à aparência tradicional dos seus personagens, mas que ainda reforçam as properties do império da Mauricio de Sousa Produções. É interessante que o talentoso Beyruth leve a sério a proposta do astronauta tupiniquim, solitário e com saudade da cidade do interior em que cresceu. Mais que um brasuca no espaço, é um caipira com cara de caipira investigando uma estrela de nêutrons e o campo de asteroides que a circunda. Também sou caipira e adorei. A história, surpreendentemente, é uma ficção científica hard (com consultoria de um astrônomo da Universidade de São Paulo) e uma problem story na qual o herói tem que se conectar com suas raízes e com o seu íntimo afetivo, para encontrar uma saída para a encrenca potencialmente fatal em que se meteu. Tanto a aparência quanto o espírito dessa realização de Beyruth remete ao quadrinho artístico europeu. A historia é simples mas a narrativa é sólida, variada, criativa e inspirada em alguns pontos, e o traço do artista é solto e eficaz. É a segunda aventura de uma série de quatro álbuns já lançados. A série tem recebido prêmios e elogios merecidos.

 

Arte de capa de Alex Shibao.

Laser Gun, de Alex Shibao. São Paulo: SESI-SP Editora, 2016, 64 páginas. Capa de Alex Shibao. Álbum. Esta é outra ficção científica brasileira em quadrinhos, que comprei para Libby Ginway numa promoção da Livraria Saraiva do Shopping Eldorado, em São Paulo. Provavelmente não vai ser muito útil para ela, porque em nada trata do Brasil. Mas tem um projeto interessante, que recupera muito da FC de ação (tendência firmada pelo filme O Exterminador do Futuro, em 1982) no cinema americano da década de 1980.

O artista Alex Shibao propõe neste álbum escritor e ilustrado por ele, que um terremoto de repercussões global em 1970 altera a ordem mundial e isola a cidade (californiana?) murada de San Camino (terrível trocadilho), assolada pelo crime. Ambientada em 1987, é portanto uma espécie de história alternativa. Mas pouco sabemos do que se passa fora dos muros de San Camino, metrópole tão assolada pelo crime, que o prefeito resolveu substituir sua força policial por robôs de aparência humana. Nesse contexto, um grupo de criminosos está atrás da arma laser que distingue o herói, o piloto de corridas ilegais Sands Roadtansky (qualquer semelhança com o Max Rockatansky de Mad Max é…). Se você viu minha postagem de março de 2017, sabe que meu romance Mistério de Deus mistura horror, ficção de crime e muscle cars. Então eu curto a presença de carrões americanos em contextos de ficção especulativa. Shibao também, eu imagino, pois Sands dirige um Pontiac Firebird 1980, e outras máquinas possantes das décadas de 1970 e 80 aparecem na HQ. Assim como mais toques de filmes da época, especialmente RobocopO Exterminador do Futuro. Efeitos de aerógrafo na capa e contracapa também remetem à época. O roteiro não é especialmente criativo ou interessante, mas como desenhista Shibao é habilidoso. Ele já trabalhou para empresas estrangeiras da área (IDW e Titan Books), e foi indicado duas vezes ao Troféu HQMix. Seu traço fino e sua habilidade com o design de roupas, carros, e construções realiza aquilo que deve ser o principal objetivo de Laser Gun — transportar o leitor para a estética da década de 1980, que, dizem, está voltando ao campo do design, da produção de televisão e cinema. A série de horror Stranger Things vem logo à mente, e acho que eu também sigo a tendência com Mistério de Deus (ambientado em 1991).

—Roberto Causo

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Leituras de fevereiro de 2017

A ficção científica, o zen budismo e a ideia de transcendência deram a tônica das leituras de fevereiro, mesmo sem retiro de Carnaval. Confira as minhas anotações.

 

The Art of Japanese Architecture, de David & Michiko Young. Tóquio: Tuttle Publishing, 2007, 176 páginas. Brochura. Taira Yuji, o brilhante líder da empreitada multimídia do Desire® Universe, talvez o mais interessante projeto da FC e fantasia nacional em curso, me contratou para escrever Archin, o primeiro livro da franquia. E me inundou com livros sobre cultura japonesa, já que a maior parte do romance se passa no Japão do século 13. Este The Art of Japanese Architecture, do casal Young, foi o primeiro do lote que completei neste ano.

Trata-se de um livro de arte, em formato grande, muito bem estruturado e extremamente bem ilustrado com fotos, gráficos e concepções artísticas. Realmente informativo, vai da pré-história ao presente do Japão — de cabanas erguidas em cima de uma depressão cavada no solo, a projetos pós-modernistas de arranha-céus futuristas. Comentários sobre a evolução da sociedade, da religião budista e a sua história são habilmente associados a cada prática ou estilo de construção ou ornamento. Longe de ser um Casa Grande e Senzala, mas é impossível não sentir que mergulhamos em uma outra cultura, quando a imaginação nos leva a entrar nas casas das pessoas, e entendemos um pouco melhor o seu modo de vida. A Tuttle se especializa em cultura japonesa, e o seu fundador, Charles Egbert Tuttle, Jr., foi instrumental no renascimento da indústria editorial do Japão durante a ocupação americana. E por tabela, fundamental para a difusão da ficção científica americana naquele país (principalmente pela editora Hayakawa).

 

Arte de capa de Frank Frazetta.

Downward to the Earth, de Robert Silverberg. Garden City, NY: Nelson Doubleday, 1970, 180 páginas. Capa de Frank Frazetta. Capadura. Silverberg é um dos grandes nomes da ficção científica de todos os tempos. Downward to the Earth nunca foi publicado no Brasil, e sua leitura é uma indicação de Marcello Simão Branco, autor de Os Mundos Abertos de Robert Silverberg (2004). Trata-se de um romance planetário escrito no modo New Wave próprio daquela década. Um fato curioso é que Silverberg não veio ao Brasil para o Simpósio de FC de 1969 justamente por estar na África pesquisando para este romance, primeiro serializado em 1969 na revista Galaxy. É inspirado no clássico de Joseph Conrad, Coração das Trevas (1899), que influenciou obras de J. G. Ballard como The Drowned World (1963) e “A Question of Re-entry” (1963) — esta, ambientada no Brasil —, e até a minha O Par: Uma Novela Amazônica (2008). Silverberg chega a apresentar um personagem chamado Kurtz (o famoso vilão da novela de Conrad).

Em Downward to the Earth, o antigo administrador do planeta colonial Mundo de Holman — rebatizado de Belzagor, agora que foi retornado aos seus habitantes, duas espécies inteligentes, os nildoror (parecidos com elefantes) e os sulidoror (semelhantes a gorilas) — retorna para expiar violências morais e físicas que infligiu a esses alienígenas. O principal produto do planeta é o veneno de vermes gigantes. Ele provoca nos humanos o crescimento acelerado de membros perdidos. No passado, o protagonista, instado por Kurtz, provara o veneno, resultando num momento de consciência trocada com os nildoror. Em sua jornada de expiação, reencontra antigos amigos (inclusive uma sensual mas distante ex-namorada), e participa da cerimônia central tanto dos nildoror quanto dos sulidoror. Ele experimenta agora um transformador vislumbre da totalidade transcendente. Há pontos de contato entre este romance e a FC New Wave inglesa de J. G. Ballard e Brian W. Aldiss. Mas o livro também se apoia na estratégia central da New Wave americana: a concretização do mito — ou, no caso deste admirável livro de Silverberg, do ritual.

 

O Zen e a Experiência Mística (This Is It), de Alan W. Watts. São Paulo: Editora Cultrix, s.d. [1960], 150 páginas. Tradução de José Roberto Whitacker Penteado. Brochura. O terceiro romance da minha série As Lições do Matador, Anjos do Abismo, vai tocar na questão da religião organizada. Além disso, a religião e o místico farão parte de Archin, o primeiro romance do Desire® Universe. Seu criador, Daniel Abrahão me forneceu livros sobre o budismo no Japão. Mas minha esposa Finisia Fideli tem uma bela prateleira de obras sobre zen budismo, que, inclusive, eu já tinha visitado antes. Este livro de Alan Watts é uma coletânea de ensaios sobre a experiência mística zen: o insight da totalidade ou da ordem profunda da vida. O processo em que a “compreensão de que tudo é tão errado quanto pode ser se transforma na compreensão de que tudo é tão certo quanto pode ser”, Watts escreveu (explorei noção semelhante em meu conto de horror “Trem de Consequências”, de 1999).

O ensaio intitulado “O Zen Beat, ou da Contestação, o Zen Square, ou Tradicional, e o Zen” é particularmente interessante. Faz crítica da apropriação de conceitos budistas pelos beats ou beatniks, o movimento de Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William S. Burroughs. Como a literatura beat (especialmente a de Burroughs) influenciou pesadamente a FC da New Wave e do cyberpunk, existe aí um ponto de contato com minhas pesquisas desses movimentos dentro da ficção científica. Já o ensaio “O Zen e o Problema do Controle” me plantou a ideia de uma identidade entre o budismo e o transcendentalismo de Ralph Waldo Emerson, especialmente no conceito da “autoconfiança” (self-reliance) — que tem tido muita importância na minha escrita. E buscando, encontrei na internet evidências de que Emerson de fato teve contato com o budismo, lá na primeira metade do século 19 — espantoso! O Zen e a Experiência Mística tem um tratamento editorial básico, e a tradução de Whitacker Penteado derrapa aqui e ali, mas o livro me trouxe uma leitura frutífera.

 

Arte de capa de David Mattingly.

The Armageddon Inheritance, de David Weber. Nova York: Baen Books, 4.ª edição, 2000 [1993], 344 páginas. Capa de David Mattingly. Paperback. Weber é famoso pela série de space opera militar Honor Harrington, iniciada em 1993. Lançado no mesmo ano, este é o segundo volume da trilogia de space opera Dahak. A capa do experiente David Mattingly é na técnica de acrílica, e anterior à sua transição para a arte digital. Apareceu no prestigioso catálogo Spectrum 2 (1995). A hemorragia cósmica que ela representa já diz tudo.

No primeiro livro, o herói da trilogia, um astronauta americano, descobre no lado escuro da Lua que nosso satélite natural é uma espaçonave gigante de um império galáctico em crise. Ele é adotado por ela como herdeiro da sua tecnologia, e acaba se casando com uma alienígena descendente da primeira tripulação. No segundo, a Terra é unida para enfrentar a ameaça de alienígenas guerreiros chamados achuultani, comandados por um supercomputador e “programados” para tripular monstruosas esquadras de naves voltadas para um único propósito: o extermínio preventivo de qualquer outra espécie dotada de navegação espacial. Parece que Weber, na sua trilogia, compactou os dois primeiros ciclos da série alemã Perry Rhodan — hipótese que outros também apontaram na internet. Como em Perry Rhodan (iniciada em 1961), a ação deste romance de Weber é repleta de batalhas espaciais, lances dramáticos em rápida sucessão, e ideias fabulosas. The Armageddon Inheritance habita exclusivamente o espaço da hipérbole: naves do tamanho de planetoides, tripulações de dezenas e centenas de milhares, armas destruidoras de planetas, uma epidemia transplanetária capaz de extinguir todo um império galáctico, combates que acontecem no espaço normal e no hiperespaço ao mesmo tempo, uma inteligência artificial com alma, escudos de energia envolvendo um planeta inteiro, batalhas com milhões de vasos de guerra, e a Terra atingida por armas que a lançam numa pequena era glacial. Raramente a história acelerada e incansável mergulha na consciência dos personagens, e mesmo o herói mal arranha a superfície. A narrativa acaba assemelhando-se a um romanceiro medieval — poema narrativo que salta de situação em situação, com enredo frouxo e dentro de uma verve repetida por poemas anteriores, destituído das qualidades usuais do romance moderno (caracterização redonda, cenas bem construídas e alternância de formatos, cadências e tons numa mesma narrativa). Nesse sentido, expressa aquela “poesia pulp” atribuída pelo crítico Phil Hardy à série Perry Rhodan — um vertiginoso uso de imagens e sentidos que apenas a space opera é capaz de produzir.

 

REQU13M, de Lidia Zuin. São Paulo: Editora Nova Abordagem, dezembro de 2016, 272 páginas. Ilustrações internas de Davi Augusto e Pe Oliveira. Posfácio de Roberto de Sousa Causo. Apêndices. Brochura. Agora em fevereiro chegou o meu exemplar do primeiro livro de papel da escritora da Terceira Onda da Ficção Científica Brasileira, Lidia Zuin. Graças à indicação de Carlos Angelo, e à boa vontade do editor Nestor Turano Jr., tive a chance de escrever o posfácio do livro. Ele narra as aventuras da hacker Lynx (a primeira heroína de uma série cyberpunk brasuca?), que já circulava por aí em antologias e e-books pela Editora Draco. Quando o li para escrever o posfácio, ele não tinha nem as ilustrações internas, nem os apêndices — dois textos acadêmicos não creditados, mas de autoria da própria Zuin, que é Mestre em Semiótica. (Um deles está em inglês no site Neon Dystopia.) A rica edição é do pessoal do curso de Produção Editorial da Universidade Anhembi Morumbi.

REQU13M, que pode ser lido como um romance, é uma aventura movimentada. Tem correrias e tiroteios, escapadas de última hora e encontros com tipos estranhos e tecnologias bizarras, que causam estragos no nível das ruas da cidade indefinida que a heroína percorre. Dentre essas tecnologias, o upload da mente humana na rede. Mas o livro não prescinde de um lado filosófico e intelectualizado, que discute real e virtual, mundano e transcendente. Nesse sentido, os dois ensaios mencionados acima lançam luz sobre o projeto literário da autora — sem dúvida, um diferencial, dentro da recente produção brasileira de ficção científica cyberpunk.

 

Night Passage, de Robert B. Parker. Nova York: G. P. Putnam’s Sons, 1997, 322 páginas. Capadura. Sou fã de Parker, um escritor de ficção de crime e de western, um dos poucos herdeiros, de fato, do mestre Raymond Chandler. Na ficção de crime, Parker (1932-2010) desenvolveu três séries — a do detetive particular Spenser, a do chefe de polícia Jesse Stone, e a da detetive Sunny Randall. Spenser foi a série que mais acompanhei, mas eu já tinha lido o terceiro romance das histórias de Jesse Stone, Stone Cold (2003). Meu interesse pelas aventuras de Stone foi renovado pela ótima série de longas produzidos e estrelados por Tom Selleck, exibida no Brasil em vários canais a cabo.

Night Passage apresenta o personagem, bem mais jovem que a versão de Selleck. É um ex-policial de Los Angeles que mergulhou no álcool para lidar com as traições conjugais da esposa atriz, e acabou exonerado. É contratado para assumir a força policial de Paradise, em Massachussetts, do outro lado do país. Parker sempre escreve sobre essa região. O próprio Spenser é baseado em Boston, a capital. Enquanto se reequilibra, Stone arruma uma namorada e muitos inimigos. Por toda volta, encontra casos de traição extraconjugal. Paradise é uma espécie de subúrbio de classe alta, branco e quase que exclusivamente WASP. A intriga, envolvendo uma milícia armada de supremacistas brancos (ausentes da adaptação para a TV), comandada por um frustrado banqueiro, mostra que Paradise não é assim por acaso. Parker era fissurado em psicanálise, e às vezes isso aparecia de modo exagerado ou repetitivo, nos seus livros. O seu Stone é um homem duro, independente e estoico. Bem na tradição da self-reliance de Ralph Waldo Emerson e Henry David Thoreau, que lançaram o seu movimento transcendentalista lá mesmo na Nova Inglaterra. Embora mais complicado do que Spenser, Stone é, assim como o detetive particular de Boston, uma ilha de maturidade num mundo que parece cada vez mais infantilizado. Nesse sentido, Parker lida com o tema da milícia americana armada como uma fantasia infantilizada de compensação. Assim com os argumentos racialistas e contrários à globalização, que viriam a contribuir para a eleição de Donald Trump, tanto tempo depois do lançamento deste romance.

 

Arte de capa de Tom Adams.

Journeys of the Mind, de Alan Pemberton. Limpsfield: Paper Tiger, 1983, 144 páginas. Capa de Tom Adams. Ilustrações internas de Adams, Graham Humphries e Bill Donohue. Brochura. Quando eu era adolescente, na primeira metade da década de 1980, os livros de arte de ficção científica e fantasia da Paper Tiger circulavam timidamente no Brasil. A minha coleção dos seus livros foi adquirida em sebos e nos saldões da loja Terramédia, em São Paulo. Mas eu não sabia que a Paper Tiger tinha publicado livros ilustrados, até comprar esta coletânea de contos de horror em um desses saldões, ano passado.

A edição de Journeys of the Mind nada traz sobre Alan Pemberton, o autor das histórias, e não achei nada sobre ele rede. É um autor competente na ficção de horror (embora a primeira história do livro seja de ficção científica), e sua coletânea traz doze contos. A maioria deles é ambientada na Inglaterra, mas alguns se passam em outras terras (Malásia, África do Sul, Suécia, e uma plataforma petrolífera talvez instalada no Mar do Norte) e envolvem outras culturas. Tendem a ser curtos — calibrados para amparar três ilustrações por conto, uma delas sempre em página dupla e a maioria de colorido total. O fato de serem curtos implica um desenvolvimento mais superficial e, às vezes, um desenrolar meio truncado. Mas todos prendem a atenção, e a exuberância e riqueza das ilustrações compensa (especialmente as de Adams). Os temas comuns a todos são a morte e a mensagem vinda do além, com um lado moralizante que condena a arrogância e a frieza das classes altas. A história que dá título fala de um homem que perde a namorada num acidente, cai em depressão e, durante uma sessão de eletrochoque, tem uma experiência extracorpórea que se desdobra em outras. Sua conclusão dá o tom do livro — a morte oscilando entre o horror e a transcendência.

—Roberto Causo

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Repercussão

Saiba o que os críticos e os leitores estão dizendo a respeito dos livros e histórias do Universo GalAxis

 

19 de setembro de 2012

O escritor e editor Claudio Brites, autor do romance Talvez (2013), comenta a noveleta “A Alma de um Mundo”, da série As Lições do Matador, e o seu protagonista, Jonas Peregrino:

“[‘A Alma de um Mundo’], no livro Space Opera II, da Editora Draco, é muito, mas muito bom. Se pensar na analogia com a ópera, Causo é um grande maestro de uma partitura que veio pronta de alguma realidade paralela, tamanha a veracidade de todos os fatores ambientais, políticos e sociais que ele apresenta. … Peregrino é um personagem clássico, de temperamento forte. Um macho alfa que se respeita, e pronto. Mas é emocional, tem um ar próprio, o que faz com que não seja uma cópia de personagens da literatura de FC ou do cinema americano…”

 

4 de maio de 2013

O escritor de ficção científica Sid Castro comenta o protagonista de Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador:

Glória Sombria, estrelado pelo seu seminal personagem Jonas Peregrino, no melhor estilo Perry Rhodan ou Cadete Flandry, de Poul Anderson, mas com um toque brasileiro, e não apenas no nome.”

Leia na íntegra aqui.

12 de maio de 2013

Escritor de ficção científica e jornalista científico, Jorge Luiz Calife resenha o romance Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador, na página do jornal Diário do Vale.

“A trama de Glória Sombria lembra o clássico Guerra sem Fim, de Joe Haldeman … Tem toda aquela tecnologia que nos acostumamos a ver nas space operas mais modernas … Se fosse filmado, o livro do Roberto não ficaria nada a dever em relação a outras obras do gênero, como o Avatar, do James Cameron, ou o recente Oblivion com o Tom Cruise … Não importa, é só abrir o livro do Roberto Causo e deixar a imaginação fluir. A capa é do competente Vagner Vargas que também criou várias ilustrações para o interior da obra.”

 

29 de maio de 2013

“5 Perguntas para Roberto Causo” — Entrevista para a coluna “Papo de Quadrinhos” da revista eletrônica O Grito.

“O paulista Roberto Causo é um escritor de FC (ficção científica) de uma nova geração de bons autores nacionais e recentemente lançou pelo selo Pulsar da Editora Devir. O Papo de Quadrinho conversou com Causo e perguntou um pouco sobre a obra e suas principais influências. Confira!”

Leia na íntegra aqui.

 

18 de junho de 2013

O pesquisador Ramiro Giroldo (da UFMS) resenha Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador no blogue Ficção de Gênero.

Glória Sombria pode, sem dúvidas, ser chamado de ‘ficção científica brasileira’, e não apenas de ‘ficção científica do Brasil’. A diferença entre as duas expressões pode não saltar aos olhos, mas demarca a distinção entre a produção que apenas é produzida aqui em emulação aos autores estrangeiros e a que de fato consegue apresentar traços distintivos nacionais. E a origem pantaneira de Peregrino não é o maior deles. O sense of wonder (senso de maravilhamento, em tradução livre) tão caro ao autor é dado pela incorporação de elementos brasileiros ao cenário de batalha no espaço sideral…”

Leia na íntegra aqui.

 

20 de julho de 2013

O escritor e game designer J. M. Beraldo resenha Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador, no seu blogue.

“O livro não se limita apenas ao conflito em si. Visto que os próprios vilões nunca aparecem … existe a necessidade de outros antagonistas ao longo do livro. Eles aparecem na forma não só de outras facções humanas … como também com um conflito interno digno das intrigas de corte. Me deu a impressão de ser uma ótima sacada e que acabou tornando o livro mais humano … Gostei bastante do livro … Você gosta de ficção científica? Você gosta de ficção militar? Então leia o Glória Sombria.”

Leia na íntegra aqui

 

24 de julho de 2013

Chico Martellini resenha Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador, no blog sobre literatura e RPGs, Além da Imaginação.

“O autor escreveu uma história com os elementos típicos da space opera, mas com uma identidade tipicamente brasileira … Particularmente, acredito que isto torna a ficção científica de Causo única, pois muito do que se escreve no gênero no país, segue os clichês estabelecidos pelos escritores americanos das décadas de 80 e 90 … Um excelente livro, que merece ser lido por todos os fãs do gênero, e que pela riqueza de detalhes, apresenta grandes possibilidades para ser usado em outras mídias, como quadrinhos e jogos de RPG.”

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25 de julho de 2013

Escritor Eduardo Kasse entrevista Roberto Causo sobre ficção científica militar.

“Entre trincheiras, selvas e confins do espaço, o autor nos traz experiências profundas do passado, do presente e do futuro.”

Leia na íntegra aqui.

 

22 de abril de 2014

J. M. Beraldo discute a space opera militar brasileira e destaca o Universo GalAxis.

“Acho que é difícil falar de FC militar nacional e não falar de Roberto de Sousa Causo. Causo já publicou bastante coisa nos últimos anos por algumas das principais editoras de gênero (Devir e Draco principalmente), mas tem começado a consolidar o desenvolvimento do seu Universo GalAxis, especialmente depois da publicação do romance Glória Sombria em 2013 e o site do universo ficcional no mesmo ano. A série conta ainda com contos publicados em diversos outros livros.”

Leia na íntegra aqui.

 

Junho de 2014

Stefano Sant’Ana entrevista Roberto Causo na revista Trasgo N.º 3.

“Você tem um portfólio impressionante de materiais publicados. Com tanto de você espalhado em tantas palavras, dá pra dizer quem é o Roberto Causo e como surgiu o desejo pela escrita?”

Leia na íntegra aqui. 

 

13 de Setembro de 2014

Alexandre Lucchese, do Zero Hora, cita Roberto Causo como destaque da space opera.

“Além de destaques internacionais, como Asimov e Herbert, Roberto de Sousa Causo e Gerson Lodi-Ribeiro são importantes nomes nacionais [da space opera].”

Leia na íntegra aqui.

 

22 de Setembro de 2014

Rodrigo van Kampen, do blogue Rodrigo van Kampen: Escritor e Redator Publicitário, editor da revista Trasgo.

“Um belo exemplar de FC hard brasileira…”

Leia na íntegra aqui.

 

Dezembro de 2014

Glória Sombria é resenhado no Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2013 por Marcello Simão Branco.

“Um dos méritos de Glória Sombria é a força de um texto enxuto e que prende a atenção, com um personagem carismático e eticamente impecável …”

 

Dezembro de 2015

A escritora Camila Fernandes resenha Shiroma, Matadora Ciborgue no site Minas Nerds.

Shiroma, Matadora Ciborgue é o novo livro de Roberto de Sousa Causo, um romance fix-up, isto é, formado por contos e noveletas que podem ou não ter sido inicialmente interligados. Neste caso, com certeza fazem parte de uma história maior desde o começo: contam a trajetória de alguém cuja vontade e identidade outros tentaram anular, para substituir com obrigações e objetivos que servem a conveniências alheias. Ou seja, a história de muitas mulheres da vida real.”

Leia na íntegra aqui.

 

1.º de Abril de 2016

Carlos Rocha resenha Shiroma, Matadora Ciborgue no site Selo Multiversos.

“Li o suficiente de romances de autores estrangeiros de FC para dizer que Shiroma, Matadora Ciborgue é um bom livro e que poderá agradar muito aos fãs de ficção científica.”

Leia na íntegra aqui.

 

Abril de 2016

Edgar Smaniotto resenha Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador, na revista Perry Rhodan Volume 23.

“Um dos pontos fortes do livro … é a preocupação do autor com os dados técnicos de armamentos, naves espaciais e hierarquia militar, um estilo de contar uma boa historia que eu realmente aprecio nos textos de Causo.”

Leia na íntegra aqui.

 

30 de Maio de 2016

Nelson de Oliveira resenha Shiroma, Matadora Ciborgue no último “Guia” da Folha de S. Paulo.

“Shiroma é uma pós-humana: uma garota geneticamente aperfeiçoada, com implantes biocibernéticos e inteligência incomum. É também uma das personagens femininas mais interessantes da contística atual, em tempos de igualdade de gênero e empoderamento da mulher. Ela protagoniza 11 contos de ação e reflexão, em que se entrelaçam perenes conflitos sociais e morais, tangidos por uma tecnologia ‘indistinguível da magia’, como diria Arthur C. Clarke.”

 

7 de junho de 2016

Daniel Rockenbach elogia Roberto Causo no blogue A Sentinela Positrônica, e reproduz capa de Glória Sombria.

Roberto de Sousa Causo é um excelente exemplo de autor nacional de ficção [científica] em atividade …”

Leia na íntegra aqui.

 

3 de outubro de 2016

Carlos Rocha resenha Glória Sombria no blogue Selo Multiversos.

“[Uma] ficção científica … que leva o leitor a montar um quebra-cabeças psicológico e político. Um dos temas notáveis na trama é a questão das decisões morais. Em vários momentos vemos os personagens atravessarem dilemas morais. Até onde se tem clareza das decisões a tomar e suas consequências? O que é correto fazer? Até onde é possível blefar? Que consequências poderão advir de suas decisões e convicções? O universo estabelecido por Causo nesta série é pautado pela construção de personagens ricos e possui uma ambientação social e política bastante intrigante e cheia de possibilidades, nos deixando a sensação de que vimos apenas a ponta do iceberg. Vale conhecer.”

Leia na íntegra aqui.

 

15 de janeiro de 2017

Ramiro Giroldo resenha Shiroma, Matadora Ciborgue, no blogue Ficção Científica Brasileira.

“Completo domínio narrativo de Causo, que salta aos olhos na forma como a fabulação mantém um ritmo instigante e sem embaraços …”

Leia na íntegra aqui

 

27 de fevereiro de 2018

Carlos Rocha inclui Shiroma, Matadora Ciborgue, na sua lista dos 13 melhores livros resenhados por ele no Site Multiversos.

“Ao longo de anos, venho compartilhando resenhas e comentários sobre algumas de minhas leituras, em especial, livros de fantasia e ficção científica. Outro dia, percebi que já havia publicado mais de 100. Então, resolvi fazer essa lista com os meus preferidos. … Nesta lista [Shiroma, Matadora Ciborgue] é o único título de um escritor brasileiro. …  Protagonizado por uma anti-heroína, letal assassina trans-humana, no caso, uma ciborgue, o livro é organizado numa sucessão de contos cronologicamente relacionados e que acabam dando ao conjunto da obra um aspecto de romance, mas com narrativa episódica.”

Leia na íntegra aqui.

 

4 de março de 2018

Luiz Bras resenha Mestre das Marés no blogue Ficção Científica Brasileira.

“Um dos elementos mais elaborados oferecidos pelo romance Mestre das Marés, de Roberto de Sousa Causo, é justamente o que falta nas minisséries e nos filmes de ficção científica militar: estratégia… Também dá gosto ler uma space opera em que a maioria dos personagens é parda, negra ou índia.”

Leia na íntegra aqui.

 

5 de julho de 2018

Marcello Branco resenha Shiroma, Matadora Ciborgue no blogue Almanaque de Arte Fantástica Brasileira.

“O que torna Shiroma uma personagem interessante é que ela não se transformou apenas numa máquina assassina, tão sem caráter quanto os criminosos que a criaram. Mesmo sendo utilizada para atividades ilegais, ela se ressente desta condição e se questiona a todo o momento … [Shiroma, Matadora Ciborgue] um ótimo exemplo de uma ficção científica espacial de primeira qualidade, pois para além do cenário espacial deslumbrante, ganha ainda mais relevo com as discussões éticas e políticas que dizem respeito, antes de mais nada, a nós mesmos.”

Leia na íntegra aqui.

 

11 de outubro de 2018

Carlos Rocha resenha Mestre das Marés no site Selo Multiversos.

“É notável a habilidade de Roberto para imaginar e compor complexos cenários de batalha militar, seja espacial, seja combate à pé, considerando tecnologias e equipamentos que não existem, especulados à partir da imaginação de um possível desenvolvimento científico e suas consequências. Neste aspecto, a obra vai ganhando um corpo coerente e que faz o leitor entrar na suspensão de descrença… Vem aquela sensação de que aquilo tudo realmente poderia acontecer um dia. O que demonstra que Roberto Causo é mesmo um dos autores de ficção científica mais habilidosos da atualidade… Se somarmos Glória SombriaMestre das MarésShiroma, Matadora Ciborgue a mais uma dúzia de contos publicados em antologias diversas, notamos que o Universo GalAxis certamente é um dos cenários de ficção científica mais vibrantes (e ainda em expansão) no âmbito da FC nacional. Um conjunto de obras que você não pode deixar de conhecer.”

Leia na íntegra aqui.

 

Julho de 2020

Paulo Vinícius resenha a antologia Multiverso Pulp Vol. 2: Ópera Espacial, com o conto “Garimpeiros” da série As Lições do Matador. No site Ficções Humanas: Compartilhando o Amor pela Leitura.

“Gostei demais de como o Causo lidou com várias situações o tempo todo, não fazendo o leitor prever sua próxima ação. Para mim, um conto perfeito com um perfeito equilíbrio de boa escrita, personagens tridimensionais e uma narrativa intrigante.”

Leia na íntegra aqui.

 

17 de agosto de 2020

Davenir Viganon resenha Glória Sombria no blogue Wilbur D: Ficção Científica, Resenha, Contos, Downloads.

“Esperava encontrar ação frenética por ser um livro curto e que não haveria espaço para muita coisa além disso, mas o livro diverte pela construção do cenário e as engrenagens políticas que dão uma boa profundidade ao universo.”

Leia na íntegra aqui.

 

27 de agosto de 2020

Carlos Rocha resenha Shiroma: Phoenix Terra no site Selo Multiversos.

“[A] noveleta abre um novo ciclo para Shiroma trazendo uma experiência de leitura semelhante a dos outros títulos do autor: narrativa envolvente, personagens sólidos e construção de um universo ficcional único e instigante… Fica então a expectativa para esse novo ciclo de histórias da personagem que irão expandir ainda mais um dos melhores universos já criados na ficção científica brasileira.”

Leia na íntegra aqui.

 

23 de setembro de 2020

Davenir Viganon resenha Glória Sombria no canal Diário de Anarres do YouTube.

“Eu recomendo. Gostei do livro. Eu acho que é uma série que merece uma chance, e também é uma série que eu gostaria de ver muitas obras… Eu já estou ansiosíssimo pra ler outra.”

Veja na íntegra aqui.

 

7 de outubro de 2020

Alexander Meireles da Silva menciona Glória Sombria no canal Fantasticursos do YouTube.

Roberto de Sousa Causo com Glória Sombria… Sim!… O Brasil também tem space opera da melhor qualidade aqui com Roberto de Sousa Causo. Então aqui a gente tem aquela ficção científica mais hard, a ficção científica bem naquela tradição de quem curte as explicações tecnológicas, tá bem representada aqui com Roberto de Sousa Causo.”

Veja na íntegra aqui.

 

11 de janeiro de 2021

Shiroma, Matadora Ciborgue é resenhado no blogue Wilbur D: Ficção Científica, Resenha, Contos, Downloads.

“[A] cada conto vemos uma personagem ganhando complexidade e somos brindados por uma série de escolhas bem acertadas do autor na construção das aventuras, dos personagens e da trama que perpassa todos os contos do livro. Vale muito a leitura!”

Leia na íntegra aqui.

 

1.º de fevereiro de 2021

Gilberto Schoereder, autor do livro de referência Ficção Científica (1987), resenha Shiroma: Phoenix Terra no Portal Vimana.

“É possível conhecer bastante da história de Shiroma acompanhando essa aventura, na qual ela entra em contato com o xenoarqueólogo Torgo Borkien — um nome que me lembrou o de alguns personagens de Asimov … A existência de culturas alienígenas no universo em que se passa a ação, e, em particular, de uma cultura extraterrestre desaparecida e aparentemente representada apenas pelos artefatos, prende a atenção desde o início da narrativa.”

Leia na íntegra aqui.

 

1.º de fevereiro de 2021

Davenir Viganon resenha Shiroma: Phoenix Terra no blogue Wilbur D.

“A protagonista continua interessante e bem construída e é impressionante ver como os contos, este e os anteriores continuam repletos de escolhas acertadas da parte do autor, que não permite que Shiroma vire uma boneca sexualizada invencível que vive aventuras de ação sem sentido mas uma mulher complexa, interessante e que se desenvolve um pouco a cada conto.”

Leia na íntegra aqui.

 

4 de fevereiro de 2021

Paulo Vinicius resenha Shiroma: Phoenix Terra no blogue Ficções Humanas.

“Essa é uma narrativa de hard sci-fi, que é uma marca do autor. Ele consegue lidar com altos conceitos de ficção científica de uma maneira que parece fácil. Ao ler sua história, algo que é marcante é o quanto ele tem de background sobre o mundo e seus personagens. Os elementos de construção de mundo são precisos. Não vejo um titubeio nas frases. Não há também incoerências ou contradições. … [U]ma excelente história para trazer novos leitores a esse interessante universo. Fica a nossa vontade de saber mais a respeito de quais serão os próximos passos dela. … [U]m mergulho em uma ficção científica de alta qualidade. Causo foi muito feliz ao nos apresentar um mundo repleto de mistérios e detalhes que fazem o leitor imaginar inúmeras possibilidades.”

Leia na íntegra aqui.

 

19 de fevereiro de 2021

Jorge Luiz Calife comenta Shiroma: Phoenix Terra no Diário do Vale.

Roberto Causo é um dos nomes mais conhecidos da moderna ficção científica brasileira. Vivendo em São Paulo ele já produziu vários contos e romances premiados. … O mais interessante nessa ficção do Causo são os mundos extraterrestres que ele imagina. Como o planeta Phoenix Terra com suas florestas cheias de um pólen que sufoca os seres humanos.”

Leia na íntegra aqui.

 

17 de março de 2021

Escritor Gabriel G. Sampaio, autor da space opera Exidium, recomenda Glória Sombria.

“Em relação a escritores e obras, Gabriel [G. Sampaio, autor de Exidium e Exceção Hostil] recomenda Jorge Luiz Calife, autor de ‘As Sereias do Espaço’publicado na Isaac Asimov MagazineGlória Sombria, de Roberto de Sousa Causo, e F.Ú.R.I.A cyberpuk, de Peter LaRubia, sobre fanatismo religioso e a luta das minorias com a opressão.”

—”Biobrasil: Entrevista a Gabriel G. Sampaio”, no site Brasil és mucho más que samba.

Leia e ouça na íntegra aqui.

 

19 de maio de 2021

Edgar Smaniotto comenta “Areias Eternas”, da série As Lições do Matador, em canal do YouTube.

“É o melhor escritor brasileiro em trabalhar com ficção científica militar. Se você gosta de ficção científica militar, se você gosta de alguém que é atento à descrição dos componentes, dos armamentos utilizados, que é atento à questão da terminologia militar nos contos, então os contos de Roberto Causo foram feitos para você. Ele domina muito essas questões, e tudo isso está presente no conto dele [‘Areias Eternas’]. É um excelente conto para quem gosta de space opera e de ficção milita.”

Assista na íntegra aqui.

 

Setembro de 2021

Marcello Simão Branco resenha Shiroma, Matadora Ciborgue, no Almanaque da Arte Fantástica Brasileira: 2011-2020 (Editora AVEC, 2021).

“O que torna Shiroma uma personagem interessante é que ela não se transformou apenas numa máquina assassina, tão sem caráter quanto os criminosos que a criaram. Mesmo sendo utilizada para atividades ilegais, ela se ressente dessa condição esse questiona a todo o momento. Sabe que o que faz é errado, que o casal que a criou não presta, e imagina como poderá, em algum momento, se desvencilhar desta situação de submissão. Recuperar, de certo modo, seu futuro que foi desviado, após o assassinato de sua mãe. Simbólico desse objetivo é a relação que estabelece com uma concha do mar, achada num planeta anônimo, ainda bem jovem. Sempre nos momentos difíceis ou de reflexão ela imagina falar com sua mãe ou com a criança inocente que foi um dia, ao ouvir a concha junto ao ouvido. Por onde vai, em cada missão num diferente canto da galáxia, a concha é a sua referência poética e ética do que poderia ter sido. Uma esperança de que poderá se libertar das garras que a aprisionaram, e expressar sua verdadeira identidade… [Shiroma, Matadora Ciborgue é] um ótimo exemplo de uma ficção científica espacial de primeira qualidade, pois para além do cenário espacial deslumbrante, ganha ainda mais relevo com as discussões éticas e políticas que dizem respeito, antes de mais nada, a nós mesmos.”

 

7 de março de 2023

Davenir Viganon, crítico, editor e escritor, comenta Mestre das Marés no Facebook.

“Uma space opera militar muito divertida de ler. Não significa que seja engraçada e leve como n’A Guerra do Velho (o que é bacana na voz de [John] Scalzi). Os militares desse mundo não escondem a dureza dessa vida rindo como hienas e fazendo piadas o tempo todo. Outra coisa bacana deste mundo é que apesar da expansão da humanidade e integração ou outras raças alienígenas, ainda somos divididos em potências que rivalizam poder e influência nas zonas ocupadas. A missão do Capitão Jonas Peregrino é resgatar cientistas em um planeta devastado por um buraco negro chamado Firedrake e buscar um artefato alienígena cobiçado pelos tadais. Achei o uso de jargões militares muito útil para a imersão no mundo de Peregrino e da combinação com o ponto de vista da jornalista Camila Lopes, acrescentando uma camada de complexidade à missão do protagonista. Sou muito fã do Roberto Causo e estou acompanhando o universo que ele criou aqui. … Quem gostar dos contos e livros da série anteriores a esse vai se esbaldar aqui.”

 

21 de março de 2023

Cesar Silva trata de “Trunfo de Campanha”, da série As Lições do Matador, em resenha da antologia Assembleia Estelar.

“’Trunfo de Campanha’, de Roberto de Sousa Causo, é um texto do ciclo de Jonas Peregrino, space opera que o autor vem desenvolvendo em episódios espalhados por diversas publicações.  Aqui, Jonas tem que enfrentar as intrigas políticas de um figurão que quer se aproveitar de sua imagem de herói de guerra …”

Leia na íntegra aqui.

21 de março de 2023

O autor e editor Rubens Angelo trata da noveleta “Nomes do Tempo”, das Lições do Matador, no Somnium N.º 121.

“’Nomes no Tempo’, do experiente Roberto de Sousa Causo … um thriller com mistérios e perigos que se estendem desde Marte até uma colossal estação espacial.”

Baixe a revista e leia na íntegra aqui.

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Opiniões

Veja algumas repercussões positivas das aventuras de Jonas Peregrino e Shiroma:

 

 

Jonas Peregrino já é um dos mais notáveis personagens da ficção científica brasileira, e as histórias da série destacam-se pela pesquisa (o que as torna verossímeis), a vibrante narrativa e a construção de um universo ficcional rico de possibilidades.”
—Marcello Simão Branco, co-autor do Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica.

 

“Se somarmos Glória SombriaMestre das MarésShiroma, Matadora Ciborgue a mais uma dúzia de contos publicados em antologias diversas, notamos que o Universo GalAxis certamente é um dos cenários de ficção científica mais vibrantes (e ainda em expansão) no âmbito da FC nacional. Um conjunto de obras que você não pode deixar de conhecer.”

—Carlos Rocha, autor de Olhos Negros.

 

“Acho que é difícil falar de FC militar nacional e não falar de Roberto de Sousa Causo.”

—J. M. Beraldo, autor de Taikodom: Despertar.

 

“Além de destaques internacionais, como Asimov e Herbert, Roberto de Sousa Causo e Gerson Lodi-Ribeiro são importantes nomes nacionais [da space opera].”

—Alexandre Lucchese, Zero Hora.

 

Sobre Glória Sombria: A Primeira Missão do Matador:

“Causo, um dos grandes nomes da FC hard brasileira, nos conduz por uma trama envolvente nas profundezas da Via Láctea. Glória Sombria prende o leitor da primeira à última página enquanto o herói se envolve em batalhas espaciais, disputas políticas e o jogo do poder em uma força militar do futuro. Um digno sucessor de Tropas Estelares de Heinlein e da Guerra Eterna de Haldeman.”

—Jorge Luiz Calife, autor da Trilogia Padrões de Contato e de Angela Entre Dois Mundos.

Glória Sombria é o ótimo início de uma saga épica protagonizada por Jonas Peregrino, herói de perfil clássico (vale dizer: honrado e incorruptível), seguindo seu destino numa esfera de civilizações em expansão. O conflito com os tadais é intenso, mas não é o único. Outros, de natureza moral, cercam o matador-peregrino, pondo à prova sua inteligência e integridade. Enfim, um herói para tempos sombrios, com o qual os leitores gostarão de se identificar.”

—Nelson de Oliveira, autor de Poeira: Demônios e Maldições.

“A trama de Glória Sombria lembra o clássico Guerra sem Fim, de Joe Haldeman  … Tem toda aquela tecnologia que nos acostumamos a ver nas space operas mais modernas. Robôs, ciborgues, naves espaciais capazes de saltos no hiperespaço e planetas extraterrestres. Se fosse filmado, o livro do Roberto não ficaria nada a dever em relação a outras obras do gênero, como o Avatar, do James Cameron, ou o recente Oblivion com o Tom Cruise. Infelizmente, aqui no Brasil é praticamente impossível um livro de ficção virar filme, o cinema brasileiro ainda não tem dinheiro para isso … Não importa, é só abrir o livro do Roberto Causo e deixar a imaginação fluir. A capa é do competente Vagner Vargas, que também criou várias ilustrações para o interior da obra.”

—Diário do Vale.

“O paulista Roberto Causo, considerado um dos grandes escritores de ficção científica da atualidade, lança pela Devir Glória Sombria.”

—Társis Salvatore. Mundo Nerd.

Glória Sombria pode, sem dúvidas, ser chamado de ‘ficção científica brasileira’, e não apenas de ‘ficção científica do Brasil’. A diferença entre as duas expressões pode não saltar aos olhos, mas demarca a distinção entre a produção que apenas é produzida aqui em emulação aos autores estrangeiros e a que de fato consegue apresentar traços distintivos nacionais. E a origem pantaneira de Peregrino não é o maior deles. O sense of wonder (senso de maravilhamento, em tradução livre) tão caro ao autor é dado pela incorporação de elementos brasileiros ao cenário de batalha no espaço sideral…”

—Ramiro Giroldo, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

 

“Um dos méritos de Glória Sombria é a força de um texto enxuto e que prende a atenção, com um personagem carismático e eticamente impecável … Glória Sombria é um romance curto, pouco maior do que uma novela, e sua aparente despretensão mostra que é possível problematizar os conceitos do gênero, no caso, da space opera militar, e inserir novos pontos de vista, mais relacionados com a posição brasileira — ou latino-americana — dentro do contexto literário e político internacional.”

—Marcello Simão Branco. Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2013.

“O livro não se limita apenas ao conflito em si. Visto que os próprios vilões nunca aparecem … existe a necessidade de outros antagonistas ao longo do livro. Eles aparecem na forma não só de outras facções humanas … como também com um conflito interno digno das intrigas de corte. Me deu a impressão de ser uma ótima sacada e que acabou tornando o livro mais humano … Gostei bastante do livro … Você gosta de ficção científica? Você gosta de ficção militar? Então leia o Glória Sombria.”

—J. M. Beraldo, autor de Taikodom: Despertar.

 

“Gostei do livro, principalmente porque foi bem diferente do que eu esperava. Me surpreendi com a amoralidade de alguns personagens, mais preocupados com sua carreira política do que em defender causas justas. Outro toque que achei bacana foi a metalinguagem envolvendo [a série] Perry Rhodan. Em suma, o que me agradou é que o livro no geral destoa do que se espera da space opera (linha entre o bem e o mal bem definida, mocinhos e bandidos, etc.).”
—Daniel I. Dutra, autor de A Eva Mecânica e Outras Histórias de Ginoides.

 

“O autor escreveu uma história com os elementos típicos da space opera, mas com uma identidade tipicamente brasileira. Esta identidade foi alcançada pela inclusão da politicagem e das trocas de favores na sociedade do século XXV, muito comuns na vida do brasileiro, que está mais acostumado a denúncias de corrupção do que a divulgação de inovações tecnológicas. Particularmente, acredito que isto torna a ficção científica de Causo única, pois muito do que se escreve no gênero no país, segue os clichês estabelecidos pelos escritores americanos das décadas de 80 e 90 … Um excelente livro, que merece ser lido por todos os fãs do gênero, e que pela riqueza de detalhes, apresenta grandes possibilidades para ser usado em outras mídias, como quadrinhos e jogos de RPG.”

—Chico Martellini, blogue Além da Imaginação.

 

Glória Sombria, de Roberto de Sousa Causo, publicado pela Devir, apresenta um episódio mais adensado das aventuras de Jonas Peregrino, da série space opera As Lições do Matador, que o autor vem desenvolvendo em diversas antologias publicadas recentemente.”

—Cesar Silva. Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2013.

 

Com um apelo militar fortíssimo, Roberto Causo lançou mais uma obra no universo de Jonas Peregrino, num trabalho gráfico belíssimo da Devir, o romance Glória Sombria.”

—Mustafá Ali Kanso, autor de A Cor da Tempestade.

 

“A Devir Livraria está lançando Glória Sombria, obra do mestre da ficção científica nacional Roberto de Sousa Causo.”

—Site HQ Maniacs.

 

“Um belo exemplar de FC hard brasileira, conta o início da trajetória de Peregrino, que recebe a missão de formar uma unidade de elite e defender a evacuação de um planeta ameaçado.”

—Rodrigo van Kampen, editor da revista Trasgo.

 

“Em relação a escritores e obras, Gabriel [G. Sampaio, autor de Exidium e Exceção Hostil] recomenda Jorge Luiz Calife, autor de ‘As Sereias do Espaço’publicado na Isaac Asimov MagazineGlória Sombria, de Roberto de Sousa Causo, e F.Ú.R.I.A cyberpuk, de Peter LaRubia, sobre fanatismo religioso e a luta das minorias com a opressão.”

—”Biobrasil: Entrevista a Gabriel G. Sampaio”, no site Brasil és mucho más que samba.

 

Sobre “Descida no Maelström”:

“Na melhor história do livro, Causo narra uma vibrante aventura hard envolvendo uma batalha espacial, numa óbvia homenagem ao texto clássico de Edgar Allan Poe. Astronautas de uma Terra que conquistou o espaço mas continua politicamente dividida, realizam missão de reconhecimento e combate a uma base dos tadais, uma agressiva e mais avançada tecnologicamente civilização extraterrena. A sequência final de salvamento do protagonista por seres alados de um planeta gasoso é puro sense of wonder.”

—Marcello Simão Branco. Resenha de Futuro Presente no Anuário Brasileiro de Literatura Fantástica 2009.

 

Descida no Maelström, do escritor paulista Roberto Causo, é … um bom conto — entre os melhores do autor e também desta coletânea. Insere-se bem em uma das mais antigas tradições da ficção científica, a da guerra interestelar, mas sem se aprisionar em clichês previsíveis — e sem imitar demais o mestre Edgar Allan Poe, cujo conto homônimo lhe serve de referência. O autor dá ao velho tema um toque brasileiro e humanista e trabalha com especulações sobre física, biologia e tecnologia de maneira coerente e interessante.”

—Antonio Luiz M. C. Costa. Resenha de Futuro Presente, no site da revista CartaCapital.

 

“Um dos contos de Futuro Presente, o Descida no Maelström, de Roberto de Sousa Causo, com sua linguagem ora inovadora e difícil, proporciona ao leitor entrar em outra realidade, tão bem criada e tão detalhada, que os euro-russos, os robôs-tadai, os quadrúpedes esbeltos do Povo de Riv, os quase humanóides folsoranos, os encarapaçados mukbukmabaksai, e Peregrino, o protagonista, passam a ser personagens criadas pelo leitor, que acompanha vidrado as cenas de ação e aventura da história. Phlegethon passa a ser o seu quarto, caso o leitor aí esteja.”

—Sinvando Jr. Resenha de Futuro Presente no Rascunho: O Jornal de Literatura do Brasil .

 

“Adorei [‘Descida no Maelström‘] no Futuro Presente … É ótimo! Peregrino é demais. E aquela cena do mergulho dele, no começo, em direção da base tadai é ótima, de tirar o fôlego. Gostei muito.”

—Claudio Brites, Editor da Terracota Editora.

 

” ‘Descida no Maelström‘, de Roberto Causo, é um bom conto de FC hard, escrito à maneira clássica, sobre um velho soldado que talvez não tenha lugar num mundo de paz, ou num mundo onde a guerra toma outras direções.”

—Álvaro Domingues. Resenha de Futuro Presente no blogue Homem Nerd.

 

Sobre “Trunfo de Campanha”:

” ‘Trunfo de Campanha‘, de Roberto de Sousa Causo, traz de volta o personagem Jonas Peregrino … em meio a uma intriga palaciana pelo controle de parte da galáxia.”

—Dorva Rezende. Plural — Notícias do Dia.

 

“Um conto divertido e competente de Causo … Aqui o inimigo de Peregrino é bem mais sutil e por isso mais danoso.”

—Álvaro Domingues. Resenha de Assembleia Estelar no blog Homem Nerd.

 

“Em ‘Trunfo de Campanha‘, Roberto de Sousa Causo lida com o problema ético de um herói de guerra pressionado para participar da política galáctica …”

—M. Elizabeth Ginway, autora de Ficção Científica: Mitos Culturais e Nacionalidade no País do Futuro.

 

“Roberto de Sousa Causo apresenta o conto ‘Trunfo de Campanha‘. Causo é um dos nomes mais importantes do cenário da FC nacional, e costuma utilizar muito bem o ambiente militar para compor suas histórias, e aqui não é diferente. O conto faz parte de uma série de aventuras com o personagem Jonas Peregrino, numa galáxia cada vez mais povoada e colonizada por humanos. A história não traz qualquer ação militar propriamente dita, mas o envolvimento de militares nas tentativas de políticos em dominarem o ambiente, após o aparente e inexplicável término de uma guerra contra uma raça alienígena. A história trabalha muito bem com a forma pela qual os políticos utilizam figuras públicas, famosas, para atingir seus objetivos.”

—Gilberto Schoereder. Resenha de Assembleia Estelar em Vimana: Portal de Fantasia e Ficção Científica.

 

Sobre “A Alma de um Mundo”:

” ‘A Alma de um Mundo‘ é a terceira aventura do Capitão Jonas Peregrino, valente e sagaz herói espacial brasileiro, criado por Roberto de Sousa Causo … Como nas outras aventuras do Capitão Peregrino, Causo usa nomes de lendas e localidades ligadas a cultura sul-americana, com uma trama fortemente influenciada pelas clássicas óperas espaciais americanas, mas com doses de intriga política e lutas por poder, marca registrada das histórias do personagem e tema muito comum na realidade diária do brasileiro. Uma boa e empolgante aventura, sem dúvida.”

—Francisco Martellini. Resenha de Space Opera II no blogue Além da Imaginação.

 

“O conto de Roberto de Sousa Causo, no livro Space Opera II, da editora Draco é muito, mas muito bom. Se pensar na analogia com a ópera, Causo é um grande maestro de uma partitura que veio pronta de alguma realidade paralela; tamanha a veracidade de todos os fatores ambientais, políticos e sociais que ele apresenta. Eu já venho acompanhando as aventuras de Peregrino e toda vez que leio um capítulo na vida desse personagem eu só penso: quero mais … Peregrino é um personagem clássico, de temperamento forte, daquelas que sentimos saudades, embora achemos um pouco correto demais. Um macho alfa que se respeita, e pronto. Mas é emocional, tem um ar próprio, com certa brasilidade, o que faz com que não seja uma cópia de personagens da literatura de FC ou do cinema americano … Acho que posso perceber o autor se divertindo enquanto viaja nesse mundo que nos criou. Essa energia vinda de lá, nos faz entrar fácil na nave e acompanhar a história.”

—Claudio Brites, Editor da Terracota Editora.

 

“Li ‘A Alma de um Mundo‘, do Roberto Causo … História interessante e muito bem elaborada!”

—Eduardo Kasse, autor de O Andarilho das Sombras.

 

“Roberto de Sousa Causo está, aos poucos, criando um épico espacial sem precedentes na história da FC brasileira. Quem acompanha as aventuras de Jonas Peregrino, sempre encontra muito mais do que uma simples aventura [militar]. Causo nos entrega um personagem humano, coisa que foge do estereótipo de milico idiotizado que é comum. Jonas sente, sofre, se emociona. Suas ações têm consequências. E ele sabe bem disso. Recomendo buscar por aí (o autor um dia vai juntar todas essas aventuras em um único volume. Esperemos). Jonas Peregrino tem muito mais a nos oferecer que um entretenimento rasteiro.”
—Silvio César, comentário na Amazon Brasil, novembro de 2018.

 

Sobre “Tengu e os Assassinos”

“Chama a atenção pela sua narrativa … Escrito de forma fluída, o autor soube causar efeito com suas palavras. Os personagens também são cativantes e inteligentes, proporcionando uma história completa.”

—Blog Desbrava(dores) de Livros.

 

Sobre “Rosas Brancas”

“O conto de Roberto Causo é claramente uma parte de algo mais ambicioso. O tema anda à volta de humanos artificiais com falsas memórias, quase super-humanos que não se apercebem do quanto são diferentes em relação à humanidade à qual se julgam pertencer … A vénia a P. K. Dick e a Mary Shelley é bem conseguida numa história cheia de acção.”

—Artur Coelho (Portugal). Resenha da revista Trasgo N.º 3, no blogue Intergalacticrobot.

 

“Gostei da premissa e da escrita e claro que fiquei curioso com o resto deste universo.”

—Marco Lopes (Portugal). Resenha da revista Trasgo N.º 3, no blogue O Senhor das Luvas.

 

“Minha entrevista com o autor Roberto de Sousa Causo foi publicada na Revista Trasgo … O bate-bola faz referência ao conto ‘Rosas Brancas‘ publicado na mais nova edição da Trasgo. E, já aviso, é um dos melhores contos que já li. Te dá vontade de fazer download da temporada toda. Sim, é literatura no modo impressionante que te faz imaginar todas as cenas num telão de cinema…”

—Stefano Sant’Ana, no blogue Stefano Sant’Ana: Livros, Estilo de Vida e Jornalismo.

 

Sobre Shiroma, Matadora Ciborgue

Shiroma é uma pós-humana: uma garota geneticamente aperfeiçoada, com implantes biocibernéticos e inteligência incomum. É também uma das personagens femininas mais interessantes da contística atual, em tempos de igualdade de gênero e empoderamento da mulher. Ela protagoniza 11 contos de ação e reflexão, em que se entrelaçam perenes conflitos sociais e morais, tangidos por uma tecnologia ‘indistinguível da magia’, como diria Arthur C. Clarke.”

—Nelson de Oliveira, no “Guia Livros, Discos, Filmes” da Folha de S. Paulo, 30 de abril de 2016.

 

“Shiroma ié uma personagem que desperta simpatia e cuja busca pela sobrevivência permite que ela trabalhe dentro de um sistema, enquanto, simultaneamente, tenta escapar dele.”

—M. Elizabeth Ginway, “Resistant Female Cyborgs in Brazil” (janeiro de 2020).

 

“Em anos anteriores eu já havia lido alguns desses contos. Lembrava-me deles justamente por serem narrativas de ação centradas numa personagem feminina que não estava ali nem para ser salva, nem para servir às vontades românticas ou eróticas de ninguém. Das onze histórias, só uma não é contada do ponto de vista dela … Considerando que pessoalmente não sou muito afeita a histórias de ação, gostei do livro. As aventuras recheadas de colônias extraterrestres, espécies alienígenas, armamentos, nanotecnologia, conspiração, trans-humanismo e dilemas morais proporcionam uma leitura divertida.”

—Camila Fernandes, no site Minas Nerds.

 

“São onze contos estrelados pela personagem título, que é forte em vários sentidos. Ficção científica que nunca desgruda o olho da alteridade e nem da diversão. Recomendo!”

—Ramiro Giroldo, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

 

Sobre Mestre das Marés

Mestre das Marés é uma space opera militar com uma inclinação para a ficção científica hard. […] Um dos aspectos mais interessantes da obra, além do pano de fundo político, é justamente o componente militar. A vida militar, seus equipamentos, jargão e forma de agir são muito bem representadas pelo autor, mas o melhor de tudo é a dinâmica das batalhas. É notável a habilidade de Roberto para imaginar e compor complexos cenários de batalha militar, seja espacial, seja combate à pé, considerando tecnologias e equipamentos que não existem, especulados à partir da imaginação de um possível desenvolvimento científico e suas consequências. Neste aspecto, a obra vai ganhando um corpo coerente e que faz o leitor entrar na suspensão de descrença, aquele fenômeno em que nós, mesmo sabendo que tudo é ficção e nada daquilo existe de verdade, nos vemos acreditando e sendo plenamente iludidos por um contexto ficcional coerente e bem elaborado. […] O que demonstra que Roberto Causo é mesmo um dos autores de ficção científica mais habilidosos da atualidade.”

—Carlos Rocha. Resenha de Mestre das Marés no site Selo Multiversos Editorial, outubro de 2018.

 

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